segunda-feira, 6 de junho de 2011

Casas de repouso

Olhares entristecidos
Projectam-se para além
Da realidade sem futuro

Passos lentos
Os corredores longos
Assemelham-se à vida

São horas da refeição
Espalham-se pelas mesas
Sem fome de vida

É sempre solidão
No quarto aconchegado
Com fotografias de ausentes

Permanentemente à espera
De visitas
Ou da visita.
Peço segredo
As orelhas cresceram
As vozes sussurram

Na rua as palavras
Passam velozes
Sem respeitar sinais

Na rua as pessoas
Passam com pressa
Não há outra forma

Na ponte sobre o rio
Olha-se preguiçoso
A labuta das aves

Há quem chore
Na relva do jardim
Com medo do deserto

Na alameda verde
Deitados ao Sol
A respirar cidade

Brincam as palavras
Montes de pedras
A confundir direcções