terça-feira, 13 de setembro de 2011

Passeava pela marginal
A olhar o rio
O largo rio de todas as vidas

A margem do outro lado está lá
Uma linha uma luz uma mancha
A vontade é correr para as pontes
E nadar e voar
O que está do outro lado é sempre maior
Porque não se vê
Porque está longe
Porque o Homem sonha sempre outra coisa

Passeio pela marginal
Pelas gares marítimas pelos monumentos ao mar
E o que me inquieta é o que se passa
Exactamente do lado que não estou
Na outra margem de um qualquer rio.

sábado, 10 de setembro de 2011

Muito ao Norte...

Depois do caminho
Uma casa quente
Um lago gelado
Um banho no lago
Um calor que cresce
E logo arrefece
E logo aquece
Na corrida dos baldes
Na refeição que chega
Improvisada
Deliciosa
Quente
E depois dos baldes
E da vassoura
E de olhar a noite fria
Que não chega
A cama
Quente
A sonhar
Com o outro dia.

Muito ao Norte

Partimos para o Norte
Na ânsia entranhada da conquista
Daquela terra inexoravelmente só
Por entre lagos e bosques
Por entre pântanos e pedras

Vestida de verde num frenesim de vida
O tempo é pouco antes do noivado branco
E toda a terra se afunda em musgo e alimento
Milhões de bagas de formas e de cores

Caminhos longos de estrados infindáveis
De frágeis pontes de rios para atravessar
De montes ornamentados a neve

De mochilas às costas somos o filme
Que diverte a natureza altiva daqueles lugares.