segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Na aldeia

Sentado ao Sol
A ouvir os pássaros
Num dia de inverno

As flores de nespereira
Emanam a música constante
Das abelhas e do mel.

Na noite fria
O silêncio da noite
O calor da lareira

Junto ao fogo
O crepitar das chamas
No bailado do sono

Nas noites frias de inverno
A luz das estrelas
Só aquece quem as olha

No Sol de inverno
O gato olha
À procura duma manta

Os medronheiros
Salpicam de vermelho
O verde da floresta

Do chão húmido
Brotam desafiadores
Os cogumelos.

Crise

Os pensamentos estão inquietos
Não se sabe o que dizer o que pensar
Há um fantasma que assusta um gigante que assombra
A CRISE que ameaça o conforto
O que sabemos fazer todos os dias

A vida é construída de pequenos gestos
De projectos de sonhos de fantasias
Para os dias futuros dum amanhã que se deseja

Subitamente
A CRISE
O monstro de todos os pesadelos
Que surge do nada
E ameaça

E todo o amanhã é interrogação
Todos os planos têm o paladar da ilusão

O refúgio que resta
É o do sol no banco do jardim
É o do sorriso
Na boca de quem se ama

Um futuro de mãos dadas
A reinventar novos caminhos.