segunda-feira, 2 de maio de 2011

Um tronco de árvore na solidão da distância
Uma figura esquiva ao longe
Sulcos na neve nuvens em turbilhão
Um cavalo irrompe na noite
Negro como a figura
Construída no alcatrão da estrada
A observar os viajantes.

A noite é cortada pelo toque dos sinos
Para além da distância há uma torre
E uma igreja e um Deus
As figuras de alcatrão permanecem em silêncio
Só um cavalo que não se vê
Se aproxima
A neve está semeada de cascos
As nuvens semeadas de asas.

O cavalo que vem do nada
Atravessa a Humanidade
Acorre ao Absoluto.

Pesadelos

Uma imensa teia de aranha
Homens vermelhos
E um corpo que se agita
É o centro do mundo
Mas não sabe de que mundo

São teias de aranha
E muitos homens a olhar
Risos gritos e risos
E uma bola imensa
Com muitos fios
Talvez cabelos que se afagam
Talvez cordas que aprisionam
Talvez pedaços de vida que se dispersam

São espantosos os mundos que surgem súbitos
E se vão quando a luz se acende
Para desespero dum olhar
Perdido na noite de todas as aventuras
De um espírito em desvarios de êxtase.