Blocos de notas
Amontoadas nos bolsos
O que há a fazer
O que não se vai fazer
O que se vai definitivamente esquecer
Blocos de notas
Pedaços de vida de preocupações
Fragmentos de esperança de sonhos e ilusões
Enchem os bolsos transbordam dos bolsos
Perdem-se nos bolsos
No atordoamento de todos os dias
Que vêem crescer desejos
Criteriosamente anotados
Fatalmente esquecidos
Blocos de notas
Enchem os bolsos
Aguardam o destino
Numa qualquer máquina de lavar.
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
domingo, 9 de outubro de 2011
Broas
Vi na aldeia
Uma sombra
Era velha
E a estrada acabava
Vi na aldeia
Casas despidas
Tectos rasgados
E uma árvore
Por baixo nos bancos
Repousa o passado
Vi na aldeia
Trilhos em silêncio
Um eira
Um poço
Vi na aldeia
Os dias que já foram.
Uma sombra
Era velha
E a estrada acabava
Vi na aldeia
Casas despidas
Tectos rasgados
E uma árvore
Por baixo nos bancos
Repousa o passado
Vi na aldeia
Trilhos em silêncio
Um eira
Um poço
Vi na aldeia
Os dias que já foram.
Uma flor no deserto
Seco árido gélido
A flor era vermelha
E via-se ao longe por ser única
Por ser bela
Por ser só
Uma flor impossível
Naquele deserto de areia e pó
Mas uma flor vermelha
A irradiar luz.
Arrastava-se na areia perdido
O homem a quem só restava o delírio
De olhos cerrados prostrado no chão
Adormece agarrado a uma flor vermelha.
Seco árido gélido
A flor era vermelha
E via-se ao longe por ser única
Por ser bela
Por ser só
Uma flor impossível
Naquele deserto de areia e pó
Mas uma flor vermelha
A irradiar luz.
Arrastava-se na areia perdido
O homem a quem só restava o delírio
De olhos cerrados prostrado no chão
Adormece agarrado a uma flor vermelha.
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
A uma cadeira só
Passavam as horas
E a cadeira esperava serena vazia
Um lugar no mundo
À espera
De quem passa
De quem esteja cansado
Ou simplesmente queira olhar
No canto da mesa
Na esquina da rua
Abandonada numa sala
A cadeira está serena.
Na espera tem esperança
Que um olhar nela recaia
E simplesmente descanse.
E a cadeira esperava serena vazia
Um lugar no mundo
À espera
De quem passa
De quem esteja cansado
Ou simplesmente queira olhar
No canto da mesa
Na esquina da rua
Abandonada numa sala
A cadeira está serena.
Na espera tem esperança
Que um olhar nela recaia
E simplesmente descanse.
Expansão
Em expansão!
Velozmente em expansão
E nós recuamos
Contraímos
Ínfimas criaturas
Do Universo que cresce
Ávido guloso
Sempre à espreita
Para se expandir
Do espaço que cada homem liberta
Quando se cansa e desiste
Quando se refugia e adormece.
E respira-se Universo
Transpira-se Universo
E até o sonho
É aprisionado pelo Universo
A expandir-se nos novos caminhos
Até ali só sonhados.
Velozmente em expansão
E nós recuamos
Contraímos
Ínfimas criaturas
Do Universo que cresce
Ávido guloso
Sempre à espreita
Para se expandir
Do espaço que cada homem liberta
Quando se cansa e desiste
Quando se refugia e adormece.
E respira-se Universo
Transpira-se Universo
E até o sonho
É aprisionado pelo Universo
A expandir-se nos novos caminhos
Até ali só sonhados.
Poesia
Uma poesia rápida fugidia
É preciso reinventar todos os dias
Beliscar sacudir agitar
Todas as ideias de repente questionadas
Acordadas do sono insípido
Dos dias que passam iguais.
Uma poesia que brote do vazio
Prenhe de todos os universos
A tremenda explosão que em cada um acontece
Quando as palavras germinam
E vomitam luz que se eterniza
Poemas súbitos acasos puros
Mas inevitáveis
Como o mundo que brotou do nada
Ou talvez não.
É preciso reinventar todos os dias
Beliscar sacudir agitar
Todas as ideias de repente questionadas
Acordadas do sono insípido
Dos dias que passam iguais.
Uma poesia que brote do vazio
Prenhe de todos os universos
A tremenda explosão que em cada um acontece
Quando as palavras germinam
E vomitam luz que se eterniza
Poemas súbitos acasos puros
Mas inevitáveis
Como o mundo que brotou do nada
Ou talvez não.
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