segunda-feira, 14 de novembro de 2011

No cimo da montanha
As águas que escorrem pelas frestas
São seiva e sangue sal e cor
A força enigmática do Sol que nos transcende
O deus distante ou o Deus que o governa

E quando os raios se desencadeiam
E a tempestade inquieta invade os montes
Uma pulsão de vida emerge e grita
Em cada pedra em cada toca em cada recanto
E pelos montes desabrocham crianças e flores

No cima da montanha
Espelha-se o céu
E o olhar de todo o mundo à volta.
Queria ser brisa do mar
Percorrer as praias desertas
Trazer notícias dos mundos distantes
Com o sabor fresco do sal

O mar e a brisa que o revela
Segredos de mundo aos ouvidos dos que passam
Perdidos sonhadores pensativos
Ao longo da praia a brisa é a música

A música que nos evolve no silêncio
Que nos agarra refresca recria
E nos conduz qual tocador de flauta
Ao mundo que nos há-de libertar.
Dias que passam rápidos
Num zumbido de noite numa ameaça de fim
Ao longe sempre o Sol que dá a força
É ao sol que me quero agarrar
Para ter calor para me sentir quente
Com a febre que dá a vertigem
A que transforma idade em aventura
A que tem a força dos que não desistem
Na procura dos caminhos da humanidade.

Subir...

Arrancar pela serra acima
Nos olhos um único alvo o mais alto
As pedras rolam a lama escorrega
Mas nada detém
A vontade que tudo deseja
O mundo o enorme mundo
Que nos acolhe nos abraça nos desafia.