sábado, 27 de fevereiro de 2010
Para a Lucília
Uma borboleta não aparece do nada
Há um ninho perdido no mundo
Uma corrente de ar
E um desejo forte de viver
As asas batem
O chão ondula
Que histórias esconde?
No céu
Umas asas abertas
Passeiam interrogações
E um destino.
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Simultaneidades
Voo de 2010
Para 1431
E num gesto ousado
Salto para 4646...
Para meu grande espanto
na mesma praça
Os mesmos rostos
Para 1431
E num gesto ousado
Salto para 4646...
Para meu grande espanto
na mesma praça
Os mesmos rostos
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Náufragos
Náufragos de embarcações frágeis
Atirados ao mar que se degladia
Nomes noticiados nos jornais
E esquecidos na tormenta do oceano
Lutavam com um mar que amavam
A embriaguês da conquista
Em cada onda que se vencia
Em cada passe de mágica dos remos
E desta vez foi o mar que venceu
O touro dá a volta à arena
Na praia homens enraivecidos
Preparam-se para mais um dia de faina
Atirados ao mar que se degladia
Nomes noticiados nos jornais
E esquecidos na tormenta do oceano
Lutavam com um mar que amavam
A embriaguês da conquista
Em cada onda que se vencia
Em cada passe de mágica dos remos
E desta vez foi o mar que venceu
O touro dá a volta à arena
Na praia homens enraivecidos
Preparam-se para mais um dia de faina
Sós na solidão de todos os casulos
Os germens que explodirão em vida
Arquitectam planos para novos mundos
Estão cegos a todos os pontos de luz
Nem o Sol brilha nem a Lua atrai
Livres de construir estrelas e sonhos
Eclodem trémulos dum qualquer ventre
E o Sol e a Lua e muitas mãos
Empurram lentamente seguramente
Os olhos entreabrem-se e descobrem um mundo
Que nunca sonharam.
Os germens que explodirão em vida
Arquitectam planos para novos mundos
Estão cegos a todos os pontos de luz
Nem o Sol brilha nem a Lua atrai
Livres de construir estrelas e sonhos
Eclodem trémulos dum qualquer ventre
E o Sol e a Lua e muitas mãos
Empurram lentamente seguramente
Os olhos entreabrem-se e descobrem um mundo
Que nunca sonharam.
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
Haiti
Um murmúrio
A voz que reza
Foi ouvida
Imóvel e só
Está morto
Até ouvir a mãe
Presa em escombros
Aos pés há mortos
Na cabeça um pesadelo
Crianças órfãs
Andam pelas ruas
Vagueiam pela vida
Têm medo os vivos
A morte escapou-se
Das ruínas
Paredes desfeitas
Um piano toca
Num último adeus
A voz que reza
Foi ouvida
Imóvel e só
Está morto
Até ouvir a mãe
Presa em escombros
Aos pés há mortos
Na cabeça um pesadelo
Crianças órfãs
Andam pelas ruas
Vagueiam pela vida
Têm medo os vivos
A morte escapou-se
Das ruínas
Paredes desfeitas
Um piano toca
Num último adeus
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