O desejo arde
Braços apertados
Atearam o fogo
Nas horas intensas
Transpiram os corpos
Confunde-se a alma
Gestos de amor
Geram palavras
Prenhes de êxtase
Pela janela aberta
Atiram-se as palavras
Que o beijo escreveu.
segunda-feira, 29 de março de 2010
Dança Sufi
Enleados em gestos
Numa brancura que dança
Bailarinos rezam
Vozes acompanham
Repetitivas monocórdicas
Mas eficazes
E os passos rodopiam
As cabeças inclinam-se
As mãos estendem-se
Os tambores tocam
Portas imaginárias que abrem
A unir mundos.
Numa brancura que dança
Bailarinos rezam
Vozes acompanham
Repetitivas monocórdicas
Mas eficazes
E os passos rodopiam
As cabeças inclinam-se
As mãos estendem-se
Os tambores tocam
Portas imaginárias que abrem
A unir mundos.
Olhei em frente o mar
Tinha saudades do mar
Das ondas que crescem e partem
Para onde nenhum olhar consegue chegar
Saudades das praias
Da areia quente e molhada
Dos pés húmidos e livres
mais perto do pulsar da terra
À beira do mar
Olhei em frente o mar
Peguei num barco
E mergulhei na floresta
Todo o silêncio é ondulação
A que nunca teve origem
Penetra em mim e continua
Olhei em frente o mar.
Tinha saudades do mar
Das ondas que crescem e partem
Para onde nenhum olhar consegue chegar
Saudades das praias
Da areia quente e molhada
Dos pés húmidos e livres
mais perto do pulsar da terra
À beira do mar
Olhei em frente o mar
Peguei num barco
E mergulhei na floresta
Todo o silêncio é ondulação
A que nunca teve origem
Penetra em mim e continua
Olhei em frente o mar.
sexta-feira, 12 de março de 2010
Há um segredo no fundo de cada poço
Enorme saturado de palavras gritadas
Desabafos que nenhum homem pode ouvir
Nem o vento pode transportar
Está escuro na profundidade inalcançável
Nenhuma pedra ressoa nenhuma palavra ecoa
Há um monstro certamente indolente medonho
A alimentar-se das palavras que não podem ser ouvidas
É nas noites sem Lua e de estrelas encobertas
Que se escapam dos poços todos os monstros
A gritar aos ouvidos de quem se rebola na cama
Todos os pesadelos duma humanidade atormentada.
Enorme saturado de palavras gritadas
Desabafos que nenhum homem pode ouvir
Nem o vento pode transportar
Está escuro na profundidade inalcançável
Nenhuma pedra ressoa nenhuma palavra ecoa
Há um monstro certamente indolente medonho
A alimentar-se das palavras que não podem ser ouvidas
É nas noites sem Lua e de estrelas encobertas
Que se escapam dos poços todos os monstros
A gritar aos ouvidos de quem se rebola na cama
Todos os pesadelos duma humanidade atormentada.
Deitado no chão
Procura não sabe bem o quê
Caiu de algum lado houve barulho
Ou então um estalido numa cabeça a estourar
Estica-se estende-se
Todos os recantos são vasculhados
Esqueceu o que procura mas a casa fica limpa
E o tempo passa sem mais questões
Debaixo dos tapetes
Num amontoado de pó sempre esquecido
Um papel aparece nas mãos
E está escrito.
Sentado no sofá adormeço a contar histórias.
Procura não sabe bem o quê
Caiu de algum lado houve barulho
Ou então um estalido numa cabeça a estourar
Estica-se estende-se
Todos os recantos são vasculhados
Esqueceu o que procura mas a casa fica limpa
E o tempo passa sem mais questões
Debaixo dos tapetes
Num amontoado de pó sempre esquecido
Um papel aparece nas mãos
E está escrito.
Sentado no sofá adormeço a contar histórias.
Irritado bato a todas as portas
E as compainhas atazanam
A quem acode a elas e nada encontra
Porque os gestos são rápidos
A vontade de provocar e rir é grande
E a velocidade dos gestos ainda maior
Porque o que quero não encontro na minha rua
Nem na rua mais além
Nem na cidade que transformo em rebuliço
Estará longe ou perto
Vivo ou natureza morta
Belo ou feio
Mas será sempre uma enorme provocação!
E no campo na montanha
No rio no mar nas areias dum qualquer deserto
Em sonhos ou no precipício do real
Refugia-se invisível a quem toca a todas as campainhas
Seguro por saber que nenhuma porta se abrirá.
E as compainhas atazanam
A quem acode a elas e nada encontra
Porque os gestos são rápidos
A vontade de provocar e rir é grande
E a velocidade dos gestos ainda maior
Porque o que quero não encontro na minha rua
Nem na rua mais além
Nem na cidade que transformo em rebuliço
Estará longe ou perto
Vivo ou natureza morta
Belo ou feio
Mas será sempre uma enorme provocação!
E no campo na montanha
No rio no mar nas areias dum qualquer deserto
Em sonhos ou no precipício do real
Refugia-se invisível a quem toca a todas as campainhas
Seguro por saber que nenhuma porta se abrirá.
sábado, 6 de março de 2010
Palavras
Sabe bem gritar
Palavras de raiva
Em catadupa
Rajada de palavras
Atiradas ao acaso
Certeiras no alvo
Frases desencontradas
Encontram no poema
O destino que as unifica
Palavras de raiva
Precipitam-se em turbilhão
Na paz do oceano.
Palavras de raiva
Em catadupa
Rajada de palavras
Atiradas ao acaso
Certeiras no alvo
Frases desencontradas
Encontram no poema
O destino que as unifica
Palavras de raiva
Precipitam-se em turbilhão
Na paz do oceano.
segunda-feira, 1 de março de 2010
Segredos
Segredos
Gritam aos ouvidos
E pedem silêncio
Palavras ao acaso
Cheias de significados
Encriptados
A verdade foi escondida
Sob mil almofadas
E adormeceu para sempre
Procura respostas
Encalha nos segredos
Morreu junto à costa
É grande o silêncio
As palavras foram devoradas
Pelos segredos.
Gritam aos ouvidos
E pedem silêncio
Palavras ao acaso
Cheias de significados
Encriptados
A verdade foi escondida
Sob mil almofadas
E adormeceu para sempre
Procura respostas
Encalha nos segredos
Morreu junto à costa
É grande o silêncio
As palavras foram devoradas
Pelos segredos.
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