sexta-feira, 12 de março de 2010

Irritado bato a todas as portas
E as compainhas atazanam
A quem acode a elas e nada encontra
Porque os gestos são rápidos
A vontade de provocar e rir é grande
E a velocidade dos gestos ainda maior

Porque o que quero não encontro na minha rua
Nem na rua mais além
Nem na cidade que transformo em rebuliço
Estará longe ou perto
Vivo ou natureza morta
Belo ou feio
Mas será sempre uma enorme provocação!

E no campo na montanha
No rio no mar nas areias dum qualquer deserto
Em sonhos ou no precipício do real
Refugia-se invisível a quem toca a todas as campainhas
Seguro por saber que nenhuma porta se abrirá.

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