Numa aldeia perdida em montes de nada
Numa escadaria a terminar em nada
Feito de uma amálgama de latas e gente
E do feitiço enlouquecido da vida
Um rodopio de casamentos e morte
De angústia e alegria desmedidas
Os dias passam áridos secos estéreis
Cheios de sonhos pequenos e inúteis
Passam carros ao fundo e há jardins
Mas no cimo do morro
No cimo das escadas que não terminam
Resplandece em exposição a humanidade.
quinta-feira, 15 de julho de 2010
terça-feira, 6 de julho de 2010
Asas quebradas
Asas quebradas
Junto a uma qualquer pedra
Num monte sem ninguém
Uma ave arrastava-se
O céu estava longe
A terra era dura
As sombras distantes
E a fome crescia
As asas arrastadas deixavam marcas
Sem sentido
O vento levava-as
A chuva levava-as
Nenhuma história ficava para contar
O olhar da ave era turvo
O céu estava longe
As asas arrastavam-se
O céu estava longe
O olhar da ave era de espanto
Abriu as asas
E partiu sem destino
Junto a uma qualquer pedra
Num monte sem ninguém
Uma ave arrastava-se
O céu estava longe
A terra era dura
As sombras distantes
E a fome crescia
As asas arrastadas deixavam marcas
Sem sentido
O vento levava-as
A chuva levava-as
Nenhuma história ficava para contar
O olhar da ave era turvo
O céu estava longe
As asas arrastavam-se
O céu estava longe
O olhar da ave era de espanto
Abriu as asas
E partiu sem destino
Pontos e vírgulas
Pontos e vírgulas
Momentos de suster a respiração
Os pensamentos em catadupa
Atropelam-se
E os dedos suspendem o movimento
E a história continua
Mais refinada mais certeira
Mas cheias de pontos e vírgulas
As curvas são necessárias
O destino não deve ser exposto
A qualquer curiosidade voyeurista.
Momentos de suster a respiração
Os pensamentos em catadupa
Atropelam-se
E os dedos suspendem o movimento
E a história continua
Mais refinada mais certeira
Mas cheias de pontos e vírgulas
As curvas são necessárias
O destino não deve ser exposto
A qualquer curiosidade voyeurista.
quinta-feira, 1 de julho de 2010
Moscas
Uma mosca atravessa-se no meu caminho
Na velocidade frenética das pesquisas
Procura curiosa em todos os recantos
Em zig-zags sem sentido para o meu olhar
A mosca voa pelos esconderijos da casa
Pousa em todas as coisas que lhe despertam a atenção
Um corpo ávido quiçá um espírito ávido
Na procura incansável por tudo quanto possa ser sustento
Voam no meu espaço moscas ao acaso
Com o olhar distraído sigo os seus trajectos
Infatigáveis insaciáveis até à teia ou mata-moscas.
Na velocidade frenética das pesquisas
Procura curiosa em todos os recantos
Em zig-zags sem sentido para o meu olhar
A mosca voa pelos esconderijos da casa
Pousa em todas as coisas que lhe despertam a atenção
Um corpo ávido quiçá um espírito ávido
Na procura incansável por tudo quanto possa ser sustento
Voam no meu espaço moscas ao acaso
Com o olhar distraído sigo os seus trajectos
Infatigáveis insaciáveis até à teia ou mata-moscas.
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