domingo, 20 de setembro de 2015

Refugiados

Os refugiados continuam a embarcar e a morrer
Continuam a andar muito e muito
Sob o Sol quente a terra árida a chuva e o frio
E a atravessar o mar em embarcações demasiado frágeis
Apertados angustiados desesperados com o choro das crianças
Desesperadas
Que nunca chegarão ao outro lado do mar.

Do outro lado do mar
Erguem-se muros para os que conseguem escapar
Os refugiados procuram mundos de homens

 Mas desesperam por os não encontrarem.

Aylan Kurdi

                                  
Um corpo de criança
À beira do mar ao abandono
Veio nas ondas que o embalaram
Por entre as ondas que o devoraram
Chegou à praia que não era destino
Mas foi um sonho de um dia mais feliz

Fugia da guerra e da fome
Para uma terra com brinquedos
E sobretudo para uma terra onde pudesse brincar.
Fugiu da guerra entrou no mar
Em lanchas sobrelotadas de outros também a fugir
Lanchas atiradas ao mar
Talvez conseguissem chegar!

Não chegaram!
Mas aquelas crianças que sonharam
No dia da partida
E acabaram na praia sem vida
Continuarão eternamente a viajar

Ao encontro do coração dos Homens!