quarta-feira, 27 de julho de 2011

Palavras Mágicas

As palavras mágicas
São as que nunca foram ditas
Mas nos habitam
As que nunca foram inventadas
Mas nos sussurram aos ouvidos

São palavras que persigo nos sonhos
Que quase alcanço nos instantes de embriaguez
Num êxtase de Sol ou estrelas
De mar ou planícies verdes

São palavras que quero gritar
Mas que não consigo
Porque são esquivas livres loucas
Porque habitam o mundo e nos desafiam
À incessante busca da sua sonoridade
Do seu sentido
Da sua existência

Palavras esquivas a todas as armadilhas
Dos poemas nunca terminados.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Cais

Barcos a vogar num cais
Aprisionados acomodados adormecidos
Sempre as ondas que vão e vêem
Uma ondulação de azul
Com mensagens do oceano distante
Com que sonham todos os barcos
Ancorados no cais.
Sonham com os espaços imensos
Com as longas viagens
De um silêncio de brisa e ondas
E os gritos das gaivotas inquietas.

Barcos a vogar no cais
Tal e qual os homens
A vogar nas cidades
E a sonhar com a vastidão do mundo.
Os dias voltam à normalidade
Ou seja as noites sucedem ao pôr-do-sol
E as manhãs ao nascer esperado do sol
Ou duma claridade enublada
Ou mesmo molhada
Por isso as janelas se espreitam curiosas
Todas as manhãs
Dos dias normais
Em que se sai a correr
Em que se entra a correr
Em que a notícia banal
Preenche todo o jornal e telejornal.

Os dias voltam à normalidade
Agora são outros que defrontam a vida
Que esperam e desesperam pelos hospitais
Que se confrontam com o desespero
Dos que já não pertencem aos dias normais
Agora são outros que vejo e esqueço
Que não vejo nem quero ver
Porque quero esquecer
Porque simplesmente quero esquecer!

Até mais ver…