segunda-feira, 27 de abril de 2009
Por detrás de uma janela verde de madeira apodrecida
Há recantos escondidos pelo pó e paredes em derrocada
Onde em dias de Sol ou noites de muita Lua
Ainda cantam as esperanças que um dia ali habitaram
As paredes estão rasgadas por sucalcos
Mas as telhas estão perfeitas num silêncio de espera
O abrigo seguro para os sonhos ainda escondidos
Pelos que partiram sem os poder levar
Naquela janela verde de uma casa que já não existe
Conversam eternas as mulheres de todo o sempre
Os que passam pela rua olham e suspiram
No olhar perpassa súbito um intenso sentimento de saudade.
Olhares errantes
Olhares errantes
Interrogam sinais
Procuram sentidos
Olhares errantes
Descobrem segredos
Que não vêm
Olhares errantes
Deambulam pelas ruas
Ávidos de vida
Olhares errantes
Penetram na noite
Lêem as estrelas
Olhares errantes
Embriagados em mundo
Gesticulam poemas
Interrogam sinais
Procuram sentidos
Olhares errantes
Descobrem segredos
Que não vêm
Olhares errantes
Deambulam pelas ruas
Ávidos de vida
Olhares errantes
Penetram na noite
Lêem as estrelas
Olhares errantes
Embriagados em mundo
Gesticulam poemas
terça-feira, 21 de abril de 2009
Primavera
Céu de Primavera
As nuvens degladiam-se
Com o Sol à espreita
Dias de Primavera
Pingos de chuva
Arrastam o Sol
O Sol baila
Com a chuva
As flores aplaudem
Debaixo do telhado
Andorinhas no ninho
Eternizam a Primavera
As nuvens degladiam-se
Com o Sol à espreita
Dias de Primavera
Pingos de chuva
Arrastam o Sol
O Sol baila
Com a chuva
As flores aplaudem
Debaixo do telhado
Andorinhas no ninho
Eternizam a Primavera
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Caminhar distraído pelos portais do sonho
Pontapear ao de leve ou uma leve carícia
Todos as pedras olham respiram e suspiram
A eternidade é a longínqua espera doutra coisa
E os dias passam e no céu as estrelas olham
E os vulcões incendeiam-se e no céu as estrelas olham
E no céu sempre no céu igual para toda a vida
Há um imenso espelho onde todos os gestos se repetem
Deitados pela planície perdidos no deserto ou simplesmente errantes
Os homens esperam sinais que desconhecem palavras que não comprendem
Esperam a olhar o céu a olhar o mar a olhar os olhos
Num imenso bailado de espelhos numa esfera a rodar louca e sem destino.
Pontapear ao de leve ou uma leve carícia
Todos as pedras olham respiram e suspiram
A eternidade é a longínqua espera doutra coisa
E os dias passam e no céu as estrelas olham
E os vulcões incendeiam-se e no céu as estrelas olham
E no céu sempre no céu igual para toda a vida
Há um imenso espelho onde todos os gestos se repetem
Deitados pela planície perdidos no deserto ou simplesmente errantes
Os homens esperam sinais que desconhecem palavras que não comprendem
Esperam a olhar o céu a olhar o mar a olhar os olhos
Num imenso bailado de espelhos numa esfera a rodar louca e sem destino.
sábado, 18 de abril de 2009
Olhos postos na descoberta
Há uma história que se murmura baixinho
E nas sombras deslizam audazes
Os que procuram desvendar os mistérios das almas.
E penetram nas frondosas florestas onde é sempre crepúsculo
E todas as vozes soam muito baixo sussurros suspiros
Suspeitam de cada tronco interrogam cada ramo
É sempre o vento a resposta ou pensa-se ser o vento
A brisa tem o sabor dos tempos distantes
E a forma como afaga recorda o arrepio das despedidas.
Mas são sombras e ramos e caminhos e sombras
E o ar que se agita sem vento e as águas dum rio que se não vê
E leves murmúrios a romper talvez das pedras talvez
Caminham inquietos os que procuram desvendar os mistérios das almas.
Há uma história que se murmura baixinho
E nas sombras deslizam audazes
Os que procuram desvendar os mistérios das almas.
E penetram nas frondosas florestas onde é sempre crepúsculo
E todas as vozes soam muito baixo sussurros suspiros
Suspeitam de cada tronco interrogam cada ramo
É sempre o vento a resposta ou pensa-se ser o vento
A brisa tem o sabor dos tempos distantes
E a forma como afaga recorda o arrepio das despedidas.
Mas são sombras e ramos e caminhos e sombras
E o ar que se agita sem vento e as águas dum rio que se não vê
E leves murmúrios a romper talvez das pedras talvez
Caminham inquietos os que procuram desvendar os mistérios das almas.
sexta-feira, 17 de abril de 2009
Mar
Chegou à foz
Morreu o rio
Que sonhou
Sobre o mar
O céu em fogo
As nuvens acodem
Ondas altivas
Provocam o olhar
Lançam-se aos pés
Olhos à janela
Pregados no mar
Iniciam viagens
Um barco ao longe
O mar embala-o
Com histórias sem fim
O mar ao pés
No espelho de água
Descubro-me marítimo
Noite no mar
As estrelas precipitam-se
Encantadas pelas ondas
A melodia das ondas
Enche a praia
De universo
Mar imenso
Os olhos fecham-se
Para ver mais longe
Cais de pescadores
O mar ao lado
Cúmplice no destino
Gritam na praia
Mulheres de negro
A adivinhar tempestades
Canas na mão
Pescam emoções
E talvez peixes
Pôr do Sol
Hora das estrelas
Se banharem
Morreu o rio
Que sonhou
Sobre o mar
O céu em fogo
As nuvens acodem
Ondas altivas
Provocam o olhar
Lançam-se aos pés
Olhos à janela
Pregados no mar
Iniciam viagens
Um barco ao longe
O mar embala-o
Com histórias sem fim
O mar ao pés
No espelho de água
Descubro-me marítimo
Noite no mar
As estrelas precipitam-se
Encantadas pelas ondas
A melodia das ondas
Enche a praia
De universo
Mar imenso
Os olhos fecham-se
Para ver mais longe
Cais de pescadores
O mar ao lado
Cúmplice no destino
Gritam na praia
Mulheres de negro
A adivinhar tempestades
Canas na mão
Pescam emoções
E talvez peixes
Pôr do Sol
Hora das estrelas
Se banharem
quarta-feira, 15 de abril de 2009
Terramoto
A terra profunda geme
E as casas balançam as paredes caiem os homens gritam
Na profundidade mais escura no segredo mais absoluto
Movem-se gigantes adormecidos
E os homens despertam ameaçados
As paredes cedem as ruas abrem os choros são engolidos
A terra treme a bola redonda o milagre verde na aridez do universo
E todo o sentido se perde
Toda a natureza corre em direcções de aflição
O espaço que resta é só interrogação
O destino é o pó de uma terra revolta
Terramotos tremendos esmagam os espelhos
Onde os homens se miram e remiram
A voz da terra a fazer-se ouvir
Ou simplesmente a exigir um olhar
E as casas balançam as paredes caiem os homens gritam
Na profundidade mais escura no segredo mais absoluto
Movem-se gigantes adormecidos
E os homens despertam ameaçados
As paredes cedem as ruas abrem os choros são engolidos
A terra treme a bola redonda o milagre verde na aridez do universo
E todo o sentido se perde
Toda a natureza corre em direcções de aflição
O espaço que resta é só interrogação
O destino é o pó de uma terra revolta
Terramotos tremendos esmagam os espelhos
Onde os homens se miram e remiram
A voz da terra a fazer-se ouvir
Ou simplesmente a exigir um olhar
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