Montanhas de estreitos caminhos ladeados de pedras
E de água que escorre em cada esconderijo mais apertado
Música ébria de água e pedras a rolar em pequenos riachos
No meio da admiração silenciosa dos que assistem
E o caminho sobe por entre rochas agrestes
E desce por entre vegetação agreste
Mas ao fundo mesmo ao fundo corre um riacho
E os pés dançam na música do seu rodopio
E libertos das mochilas pousadas nas sombras
Sentados em pedras num silêncio de quem espera
A montanha a água as pedras e o verde intenso
A transbordar do mundo para dentro de nós.
terça-feira, 29 de junho de 2010
quarta-feira, 23 de junho de 2010
Duas pessoas encontraram-se na rua
Olharam-se reconheceram-se?
Aquela cara que vi não sei onde
Teria visto? Teria existido antes?
Hesitaram um pouco
As mãos fizeram um leve trejeito de se estenderem
Os lábios entreabriram-se
Mas as palavras não saíram
Que havia a dizer?
Os passos apressaram-se
Os olhares desviaram-se
As histórias antigas
São para guardar em gavetas fechadas
Cheias de fotografias.
Olharam-se reconheceram-se?
Aquela cara que vi não sei onde
Teria visto? Teria existido antes?
Hesitaram um pouco
As mãos fizeram um leve trejeito de se estenderem
Os lábios entreabriram-se
Mas as palavras não saíram
Que havia a dizer?
Os passos apressaram-se
Os olhares desviaram-se
As histórias antigas
São para guardar em gavetas fechadas
Cheias de fotografias.
Um homem vulgar caminhava na rua.
Veio um autocarro e levou-o
A rua ficou mais vazia
Mas o mistério tornou-se mais denso
Para onde partiu?
Que destino teve o espaço que ocupou
E o seu odor onde ficou?
Partiu no autocarro que se perdeu ao fundo
As ruas permaneceram e os outros passos apressados
Ninguém reparou excepto um pedinte
Testemunha viva daqueles passos agora ausentes
Partiu sem deixar sinais
Foi de autocarro talvez para todo o sempre
Naquela cidade agora mais vazia
Os autocarros partem e chegam sem cessar.
Veio um autocarro e levou-o
A rua ficou mais vazia
Mas o mistério tornou-se mais denso
Para onde partiu?
Que destino teve o espaço que ocupou
E o seu odor onde ficou?
Partiu no autocarro que se perdeu ao fundo
As ruas permaneceram e os outros passos apressados
Ninguém reparou excepto um pedinte
Testemunha viva daqueles passos agora ausentes
Partiu sem deixar sinais
Foi de autocarro talvez para todo o sempre
Naquela cidade agora mais vazia
Os autocarros partem e chegam sem cessar.
sábado, 19 de junho de 2010
Na praia
Na praia deitados na areia ao calor do Sol
Corpos quentes despidos ardentes
As toalhas tocam-se enleiam-se transformam-se
Os braços estendem-se as mãos distendem-se os dedos tocam-se
E o calor que abrasa transforma-se em corrente
E os corpos tremem agitados febris
Todo o Sol do mundo transformado em desejo
A escorrer líquido por corpos sequiosos
Dias de praia de entrega de volúpia
Areia e mar sol e aragem e uma toalha
Sobre a toalha corpos estendidos
E sobre os corpos gotas de suor.
Corpos quentes despidos ardentes
As toalhas tocam-se enleiam-se transformam-se
Os braços estendem-se as mãos distendem-se os dedos tocam-se
E o calor que abrasa transforma-se em corrente
E os corpos tremem agitados febris
Todo o Sol do mundo transformado em desejo
A escorrer líquido por corpos sequiosos
Dias de praia de entrega de volúpia
Areia e mar sol e aragem e uma toalha
Sobre a toalha corpos estendidos
E sobre os corpos gotas de suor.
quarta-feira, 16 de junho de 2010
Procurei naquele olhar um brilho que sonhei
E não encontrei e procurei noutro e noutro
Uma luz antiga escondida num recanto da memória
Um pedaço de passado aprisionado
Onde está o dono desse olhar
Não existe por certo pois foi ontem
E em cada novo instante somos outros
Excepto os que nos sobressaltam nos sonhos.
Adeus passado guardado em fotografias
Em flashes de vida em encontros de um dia
Tudo o que somos é hoje e desaparecerá
No exacto momento em que amanhece.
E não encontrei e procurei noutro e noutro
Uma luz antiga escondida num recanto da memória
Um pedaço de passado aprisionado
Onde está o dono desse olhar
Não existe por certo pois foi ontem
E em cada novo instante somos outros
Excepto os que nos sobressaltam nos sonhos.
Adeus passado guardado em fotografias
Em flashes de vida em encontros de um dia
Tudo o que somos é hoje e desaparecerá
No exacto momento em que amanhece.
terça-feira, 15 de junho de 2010
Junto ao lago à sombra do arvoredo
Uma toalha estendida e uma entrega à serenidade
A ondulação da água crepita
Como o vento breve a embater nas folhas
Junto a nós passam barcos
Velas em riste velozes e decididos
As águas ondulam os patos olham
Nenhum adeus no ar porque somos paisagem
À beira do lago refúgio de encanto
Um banho um piquenique e um momento de sonho
Verde e pedras água e vento
Toda a natureza a embalar-nos no seu abraço.
Uma toalha estendida e uma entrega à serenidade
A ondulação da água crepita
Como o vento breve a embater nas folhas
Junto a nós passam barcos
Velas em riste velozes e decididos
As águas ondulam os patos olham
Nenhum adeus no ar porque somos paisagem
À beira do lago refúgio de encanto
Um banho um piquenique e um momento de sonho
Verde e pedras água e vento
Toda a natureza a embalar-nos no seu abraço.
A mesa estava posta
A um canto um pedaço de fruta começada
E um pássaro que não pára de cantar
Indiferente
A tudo indiferente
Num mundo da dimensão duma gaiola
Ou duma cozinha
Ao lume a panela estava a entornar
A chama estava viva
Mas esquecida
O pássaro cantava
Indiferente
Ao canto uma mesa
E alguma cadeiras
Todas vazias menos uma
Que ninguém olhava
Não havia ninguém para olhar
Excepto o pássaro
Que se limitava a cantar
Em cima da mesa pratos vazios
E um copo com água
E uma jarra de flores sem água
Murchas de alguns dias
Esquecidas
Excepto do pássaro
Que cantava para elas
O sonho impossível
De as ter entre o bico e as amar
Na cadeira que não estava vazia
Numa quietude rodeada de solidão
Um homem sem idade balouçava
Todo o espaço que o rodeia feito foguetão
E o canto do pássaro
O guia para a longa viagem.
A um canto um pedaço de fruta começada
E um pássaro que não pára de cantar
Indiferente
A tudo indiferente
Num mundo da dimensão duma gaiola
Ou duma cozinha
Ao lume a panela estava a entornar
A chama estava viva
Mas esquecida
O pássaro cantava
Indiferente
Ao canto uma mesa
E alguma cadeiras
Todas vazias menos uma
Que ninguém olhava
Não havia ninguém para olhar
Excepto o pássaro
Que se limitava a cantar
Em cima da mesa pratos vazios
E um copo com água
E uma jarra de flores sem água
Murchas de alguns dias
Esquecidas
Excepto do pássaro
Que cantava para elas
O sonho impossível
De as ter entre o bico e as amar
Na cadeira que não estava vazia
Numa quietude rodeada de solidão
Um homem sem idade balouçava
Todo o espaço que o rodeia feito foguetão
E o canto do pássaro
O guia para a longa viagem.
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