terça-feira, 19 de outubro de 2010

Pisca tímido o olhar
Pressente ser seguido
Por outros olhares
Ser descoberto na intimidade
Da procura curiosa de respostas
Às questões que todos sabem
Mas não convencem
Respostas ditadas por livros da escola
Ou por discursos eruditos na televisão.

Pisca incomodado o olhar
Pelo nevoeiro que se levanta
Pelo pó que se agiganta
Provocado pela correria assustada dos que passam
Sem ver
Mas interrogam quem interroga
Quem põem em causa
As verdades das escolas
E dos discursos.

E o olhar em gestos cautelosos
Varre os livros os dias os velhos
O céu azul as estrelas
As quedas de água
O pôr-do-sol no lago
A noite escura.

E antes de adormecer
Descarrega o que é novo
No mais profundo do seu ser
Onde os poemas germinam.

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